Esquizofrenia e os avanços em seu tratamento

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Esquizofrenia

Conheça os avanços no seu tratamento .

O que seria a esquizofrenia ?

A esquizofrenia é uma das doenças mais interessantes e intrigantes da psiquiatria, além de ter sido muito estudada desde o século passado. Pode se manifestar de inúmeras formas, com sintomas variados. É um quadro que provoca destruição neural, possui carácter crônico (sem um tratamento que cesse a doença) e apresenta-se comumente com prejuízos pessoais e familiares. Pode, porém, desempenhar várias funcionalidades, se bem tratado, aumentando a qualidade de vida.

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Quando e porque ela se manifesta?

Acomete aproximadamente 1% da população, com a possibilidade de quatro casos novos a cada 10 mil habitantes. Possui uma forte chance de herdabilidade (de que a doença seja passada entre as gerações). Dessa forma, fatores genéticos, complicações – precoces, como problemas obstétricos, no parto, no desenvolvimento do feto (ex: baixa oxigenação para o feto); e tardias, como uso de substancias – possam facilitar a manifestação da doença.

Não é incomum os parentes e pessoas próximas não saberem ao certo o momento que a doença se manifesta. Não raro, expressam que o paciente com esquizofrenia “sempre foi mais diferente” , “mais fechado”, “introspectivo” – geralmente já possuíam desempenho inferior em testes de inteligência, habilidades verbais (linguagem) e matemáticas, mas as áreas afetadas são variáveis.

Um estudo realizado em 2009, por Welham J. e colaboradores apontaram a limitação do desenvolvimento da linguagem como um dos fatores mais associados as psicoses (da mesma forma que a esquizofrenia). Outros estudos apontam também para os atrasos no desenvolvimento motor e de coordenação como fatores preditores (fatores que poderiam determinar um resultado no futuro) de psicose.

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Uma vertente muito estudada na atualidade aponta que muitos sintomas aparecem muito precocemente e , geralmente, não são reconhecidos e associados a quadros de psicose, inclusive no início da adolescência, mesmo que brandos e passageiros – observados pela família e profissionais de saúde. Estes, muitas vezes, não possuem preparação para avaliar e tratar tais quadros.

Quais os sintomas?

A esquizofrenia (assim como outros quadros de psicose) se manifestam de várias formas como:

(observação: a combinação de sintomas pode variar – nem sempre os sintomas abaixo estão presentes como descrito, pois na maioria das vezes ocorrem junções de poucos sintomas – o mais comum é a paranóia, sensação e percepção de perseguição – paciente desconfia do que é falado ou feito pelas pessoas próximas por exemplo).

Sintomas positivos: delírios ( pensamentos distorcidos), alucinações (auditivas, visuais, via sensações corporais, paranoias, receios).

Desorganização: alterações de comportamento, pensamento desorganizado (como se não tivessem coesos – começo, meio e fim), atitudes estranhas.

Sintomas negativos: Redução afetiva, diminuição da comunicação, expressões, pobreza de vocabulário, isolamento e redução do prazer em realizar as atividades.

Sintomas cognitivos: redução da atenção, memória, funções executivas (ex:planejamento e execução das tarefas), entendimento do que é exposto (ex: pode não entender provérbios simples, o que chamamos de pensamento concreto), discurso limitado (com pouco vocabulário)

Outros: perda de motivação /interesse / prazer nas atividades diárias, prejuízo verbal, de memória operatória, pode ter hostilidade (por desconfiar da família ou pessoas próximas), agressividade e agitação /inquietação, embotamento afetivo (perde a capacidade de expressar suas emoções).

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Há inúmeras pesquisas que apontam algumas características, na história do paciente, que sugerem uma tendência a esquizofrenia (quando se avalia o passado dos pacientes que a desenvolvem): introversão, passividade, baixo rendimento escolar, isolamento social. Os sintomas geralmente iniciam-se no final da adolescência e início da vida adulta – nos homens em média aos 23 e mulheres aproximadamente aos 28 anos.

Porque realizar um tratamento precoce e é possível preveni-la?

Um objetivo inovador e que tem vindo com muita força na psiquiatria é tentar conhecer as causas que propiciam algumas doenças e tentar preveni-las. Na esquizofrenia e outras psicoses não seria diferente. Estudos atuais apontam para um norte favorável, caso seja instituído tratamento rápido, no início dos sintomas, com medicações eficazes (antipsicóticos, chamados antigamente de neurolépticos), visando o menor efeito colateral e buscando aderência do paciente (que ele mantenha o tratamento), até atingir uma dose mínima para que não apresente os sintomas acima citados.

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Como prevenir a esquizofrenia?

Quanto mais precoce o tratamento é instituído, segundo a maioria das pesquisas, menor os déficits, perdas funcionais (trabalho, sociais, intelectuais e de planejamento). Aumentar a orientação para indivíduos que possam estar utilizando algumas substâncias psicoativas, principalmente na infância e adolescência – visto que pode aumentar em até 310% a chance de apresentar a doença – devido a alterações sinápticas e neuronais.

A prevenção consiste, segundo pesquisas de Yung e colaboradores (1996), em analisar precocemente indivíduos com história familiar de parentes com quadros de psicose (principalmente parentes de primeiro grau ), quadros breves de psicose (mesmo que rápidos e de pequena intensidade) e , por terceiro, características de personalidade (ex: “mais fechado”, com pouca interação com colegas na escola). Tais fatos ( coleta da história e início de um tratamento) necessitam ser supervisionados por um profissional habilitado – geralmente um psiquiatra.

Como é realizado o tratamento?

Atualmente, ainda não há um tratamento para a esquizofrenia. Há medidas para prevení-la e, caso ocorra e se instale, tratamentos combinados (fármacos, psicoterapia e apoio familiar e social) ainda são as melhores medidas a serem tomadas. A medicação a ser instituída precisa ser escolhida pelo paciente conjuntamente com o psiquiatra, considerando-se alguns pontos principais na sua escolha, tais como: a resposta as medicações anteriores, possíveis efeitos colaterais, o perfil de sintomas e os acontecimentos da doença (exemplo: se há sintomas de agitação ou agressividade – verbal ou físicas).

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As primeiras medidas a serem feitas são proporcionar um entendimento completo do quadro para o paciente e seus familiares, para que assim o paciente veja a necessidade de manter o tratamento, visto que a doença se manifesta cedo e por negação da doença é comum a descontinuação de suas medicações e o retorno dos sintomas, aumentando a chance de internação, diminuindo a qualidade de vida e ainda mais a produtividade e funcionalidade, além de aumentar até o risco de suicídio.

O uso da medicação é imprescindível – se sintomático talvez com dose maior para acabar com os sintomas (quando possível, para evitar perdas neuronais) e posteriormente pode-se reduzir as doses. Quando é necessário internação, por não possuir aderência (aceitar a medicação) ou ter dificuldade de minimizar os sintomas, objetiva-se internações curtas. Nos casos que o paciente não aceita a medicação oral é necessário utilizar medicações injetáveis (com tempo de permanência no organismo variando de 7 dias a 30 dias normalmente).

Na abertura dos quadros (geralmente em indivíduos mais jovens) é necessário utilizar as menores doses possíveis (analisadas pelo psiquiatra) e utilização de medicações que proporcionem os menores efeitos colaterais a curto e longo prazo. Deve-se sempre avaliar os riscos de suicídio, agitação grave, quadros depressivos e o uso de substâncias (tentando orientar o paciente para a descontinuação).

A família e o médico precisam incentivar as habilidades sociais, ajudarem a organizar a vida do paciente e incentivá-lo a reinserção na sociedade, mantendo amizades, grupos de ajuda e buscando orientar a família para uma compreensão ampla, evitando estigmatização do paciente – para que reduza a chance de internações recorrentes.

As melhores medicações atualmente utilizadas são: risperidona, amissulprida, ziprasidona, quetiapina, aripiprazol, paliperidona, olanzapina e a melhor(segundo muitos estudos), dentre estas, a clozapina (porém necessita muita cautela em seu manejo).

Espero que, com as explicações acima, você possa ter entendido esse quadro tão especial na psiquiatria e que possa usufruir dessas informações. Um grande abraço.

Dr. Kayo Gheno – CRM 16.992

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Conheça mais nos links abaixo:

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria

http://www.abp.org.br/portal/abp-esclarece-esquizofrenia/

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Posted on 3 de junho de 2016 in esquizofrenia

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